Noctis
Estranha-se, a princípio, o fumo e o acanhado do espaço. As pessoas, encolhidas no seu canto, não desamparam a loja com medo de ficar sem encosto. Só se mexem em caso de força maior, se a necessidade começar a chamar pela barriga. O negro manda, por estas bandas, para contrastar com a mulher pintada na parede, bastante farsola e coradinha, e com as letras cor de tinto que se lêem num outro canto. O Noctis situa-se na cidade da Guarda, bem perto da igreja de S. Vicente, é um bar que se adora ou se detesta. Quem ali entra, ou sai de seguida, ou não larga tão cedo a casa. Começa a fazer parte de um lugar onde todas as noites se constróem e se consolidam amizades, se trocam vivências, se goza a juventude. Os que dão a cara pelo Noctis, um jovem e dinâmico casal, convidam a ficar, e a voltar, sempre. Quem passa pelo Noctis e prova os shots de nomes sugestivos, as cervejas variadas, acompanhadas por tremoços bem salgadinhos, ouve a música que aprecia, que muito provavelmente não ouve naqueles lugares quentes mas sem alma. O Noctis é, para muitos, uma referência, e quem sai da Guarda, porque isto é só uma passagem, recorda com saudades a casa que deixou.

PS: Foi palco de algumas das maiores "mocas" da minha vida.